DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E CONSERVAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA (RJ)

Necessidade do Verde

Atualmente, o turismo é considerado uma das necessidades básicas do homem visto que permite fugir da rotina e do caos que se alastrou pelas cidades. À medida que os centros crescem e se tornam poluídos e caóticos, a procura por um contato maior com natureza cresce. E, aumentando essa demanda, aumenta também o volume de visitantes nas áreas ambientais e, por conseguinte, os impactos em seu patrimônio. Assim, o turismo não planejado, em muitos países, é um dos principais responsáveis pela degradação ambiental.

Vista aérea do Maçico da Pedra Branca - 12.500 hectares de muito verde

Diante desse panorama, como a atividade turística está sendo desenvolvida na maior floresta em área urbana do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca – RJ, como ela pode contribuir para o desenvolver o local e, ao mesmo tempo, proteger seu ecossistema. Quais são os entraves que prejudicam a preservação dessa unidade de conservação e qual a importância do planejamento turístico e do estudo de capacidade de carga para se obter o desenvolvimento sustentável no loca.

Desenvolvimento Sustentável

O desenvolvimento sustentável é um processo que permite o desenvolvimento sem degradar ou esgotar os recursos que o tornam possível. Para tal gerem-se os recursos de modo a que estes possam se regenerar ao mesmo ritmo em que são utilizados, ou passando a utilizar, em vez de um recurso que se regenera lentamente, um recurso que se refaça mais rapidamente. Dessa forma, os recursos podem servir às gerações presentes e futuras. (Junior, 2002).

 

Vista do Parque Estadual da Pedra Branca

Localizado na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, o Parque Estadual da Pedra Branca abriga o ponto mais alto da cidade, o Pico da Pedra Branca - 1024 m de altitude, e é a segunda mais importante unidade de conservação da região. Possui remanescentes da Mata Atlântica e diversas espécies de animais. Contudo, o turismo desenvolvido em sua área não é acompanhado por órgãos e instituições governamentais  ligadas ao turismo tampouco segue alguma política e/ou planejamento. Além disso, há um processo de ocupação irregular  por população de baixa renda, incêndios, caça ilegal e outros problemas que destroem sua área. 

O crescimento do turismo mundial assim como o agravamento da destruição do meio ambiente justificam e dão relevância a discussão desse tema. Além do mais, turismo e meio ambiente são indissociáveis já que este é formado por elementos construídos, como a infra-estrutura de apoio turístico e outras instalações, e por elementos naturais, que se tornam atrativos turísticos. Por isso, ambos devem conviver harmonicamente, sem prejudicar um ao outro.

Turismo e Meio Ambiente

A proteção, a otimização e as melhorias dos diversos componentes do meio ambiente estão entre as condições fundamentais para o desenvolvimento harmonioso do turismo. Da mesma forma, o gerenciamento racional do turismo pode contribuir em grande parte para a proteção e o desenvolvimento do meio ambiente físico e da herança cultural, bem como para a melhoria da qualidade de vida. (LICKORIDSK & JENKINS , 2000).

O turismo sustentável pode desenvolver áreas de preservação ambiental e conservar seus ecossistemas, através de um processo de planejamento que leve em consideração os impactos ambientais da atividade e a capacidade de carga das áreas em questão. A partir daí, o turismo poderá ser praticado racionalizando o uso dos recursos naturais e otimizando as receitas, permitindo a redução dos impactos negativos e o desenvolvimento do turismo sustentável.

Entretanto, entende-se ser preciso que governo, comunidade e empresários elaborem, implantem e administrem políticas e  planejamentos turísticos que priorizem o desenvolvimento turístico sustentável.

A melhor forma de evitar impactos ambientais negativos e forçar os impactos positivos é planejar adequadamente o turismo, utilizando, para isso, abordagens de planejamento ambiental antes do desenvolvimento. “é necessário fazer uma avaliação do impacto ambiental para o plano final. (…) O planejamento ambiental segue o mesmo processo usado para o planejamento do desenvolvido, mas deve-se dar mais atenção às considerações do meio ambiente.” (LICKORIDSK & JENKINS , 2000).

Planejamento em Áreas Naturais

O planejamento de áreas de conservação e parques naturais é um dos tipos de planejamento. Há, ainda, o planejamento de áreas culturais, históricas etc. No planejamento ambiental levanta-se toda a vida selvagem, a vegetação, os recursos geológicos e os ecossistemas do local em questão, além de determinar as áreas destinadas à recreação e à instalação da infra-estrutura de apoio.

Planejamento e Pesquisa são fundamentais para o desenvolvimento

O ponto mais importante desse tipo de planejamento é o estudo de capacidade de carga. Ele determinará a quantidade de visitantes que a área poderá receber, simultaneamente, sem danificar seu patrimônio natural e garantindo a qualidade da experiência do visitante. Este é o ponto de partida para o desenvolvimento do turismo sustentável.

Entretanto, no Brasil, as áreas de conservação e os parques naturais sofrem com a ausência de um planejamento adequado para suas imediações. O turismo é desenvolvido sem estudos e ações apropriados e falta, também, infra-estrutura de apoio e políticas turísticas que contemplem e preservem essas áreas ambientais.

Parque Estadual Pedra Branca

A partir dessa análise, constatou-se que  o Brasil tem um enorme potencial para desenvolver o ecoturismo devido à grande quantidade de parques nacionais e áreas de conservação nele existentes. Ademais, a demanda por esse tipo de turismo vem aumentando à medida que os centros urbanos se tornam violentos e poluídos, progredindo o numero de visitantes nessas áreas naturais e, em conseqüência, os impactos nos ecossistemas.

Considerações Finais

Contudo, o desenvolvimento de qualquer tipo de turismo não só no Parque Estadual da Pedra Branca, como também em outras áreas de conservação, enfrenta diversos obstáculos: falta infra-estrutura de apoio, divulgação, verba, políticas e planejamento turísticos que permitam tanto a pratica da atividade quanto à preservação do seu patrimônio genético, biológico e natural.

A falta de conscientização do trade turístico local é o fator que mais põe em risco a sobrevivência dessas atrações, pois são eles – comunidade, empresários e governos – os responsáveis pela elaboração, implantação e administração das políticas e do planejamento turístico. O desenvolvimento regional sustentável, portanto, depende da atuação conjunta desse três agentes em um planejamento turístico participativo. 

Sistema: desenvolvimento local

É preciso que a comunidade se conscientize da importância da atividade turística para a sua região assim como realiza-lá sustentavelmente. A partir de sua conscientização, ela cobrará das autoridades governamentais maior envolvimento, empenho e compromisso para com o turismo sustentável. Os governantes, por sua vez, poderão exigir que as empresas turísticas desenvolvam suas atividades sem prejudicar o meio ambiente.

Esse estudo se baseou na situação de apenas um parque natural, mas, ao longo da pesquisa, percebeu-se que esses problemas são enfrentados por inúmeros parques e áreas de preservação do Brasil. Isso mostra um lastimável quadro de degradação do Patrimônio natural, biológico e genético brasileiro, que pode prejudicar tanto o desenvolvimento da atividade turística deste país futuramente quanto a qualidade de vida de seus habitantes.  

Parque Estadual da Pedra Branca

O turismo bem planejado e controlado pode desenvolver e conservar as áreas ambientais: as receitas podem desenvolver a infra-estrutura local (aeroportos, sistema de água e esgoto etc.) e manter e pagar pela preservação e limpeza dos meios ambientes. Em contrapartida, tal conservação traz grandes vantagens e é o principal atrativo de muitos destinos.     

Referencias

JUNIOR, Oswaldo Trigeuiros. In: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO - Conselho Nacional de Turismo, 2002. P.10.

LICKORIDSK, Leonard J. e JENKINS, Carson L. Turismo e Meio Ambiente. In: INTRODUÇÃO AO TURISMO. 5 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. Cap. 7, p. 117-118. 

PETROCCHI, Mario. GESTÃO DE PÓLOS TURISTICOS. São Paulo: Futura, 2001.

Um abraço e até o próximo post!

DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E CONSERVAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA (RJ) DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E CONSERVAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA (RJ) Reviewed by Luiz Macedo on fevereiro 09, 2010 Rating: 5

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