No ano 2000, a favela da Rocinha passou a figurar entre os roteiros turísticos oficiais da cidade do Rio de Janeiro, num reconhecimento tardio de uma prática que já se tornara regular desde inícios da década de 1990.
Favela da Rocinha
Hoje, a Rocinha recebe em torno de dois mil turistas por mês levados por uma das sete agências que disputam acirradamente esse mercado diversificando seus serviços: pode-se conhecer a localidade a pé, de van, de jipe ou de moto, de dia ou à noite, com refeição incluída ou não, ciceroneado por guias estrangeiros ou por moradores do local.
A Rocinha conforma-se como caso paradigmático, mas já não é o único: o Morro da Providência foi transformado recentemente em Museu a Céu Aberto pela Prefeitura do Rio de Janeiro; Babilônia e Morro dos Prazeres vêm traçando estratégias e parcerias no intuito de capitalizar seu potencial turístico; na Favela Pereira da Silva inaugurou-se, em janeiro de 2005, a "Pousada Favelinha".
Casal argentino em um tour pela Rocinha
Nesse processo de adequação e elaboração, venda e consumo da favela como atração turística, existem três aspectos principais que são
- O papel desempenhado por empresários, ONGs e agentes públicos no desenvolvimento do turismo nessas localidades;
- A opinião dos favelados sobre a presença dos turistas e seu nível de engajamento nas atividades turísticas;
- E as expectativas e impressões dos turistas sobre essa experiência.
Panorama de uma favela carioca
Na minha opinião a construção da favela como destino turístico localiza-se, por um lado, no contexto de expansão dos chamados reality tours e, por outro, no fenômeno de circulação e consumo, em nível global, da favela como trademark, como um signo a que estão associados significados ambivalentes que a colocam, a um só tempo, como território violento e local de solidariedades e autenticidades preservadas.
Portanto não se esqueça, quando for ao Rio de Janeiro não deixe de visitar uma das comunidades que estão abertas aos turistas.
Agencia que opera em algumas comunidades cariocas: http://www.favelatourismworkshop.com/
Um abraço e até o próximo post!
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